Um relato sobre ansiedade

19 agosto 2018


relato sobre  transtorno de ansiedade

Isto é algo que não deveria acontecer, mas atualmente ainda é difícil para muitos distinguir transtornos mentais de “mimimi”.

Vamos falar sobre ansiedade, que é algo com que eu realmente tenho familiaridade.

Sentir ansiedade é completamente normal. É um instinto primitivo que nos fez (a raça humana) bons o suficiente para sobreviver durante tanto tempo. A ansiedade nos faz ser cautelosos e nos coloca em estado de alerta frente a um perigo iminente. O grande problema, é que o nosso cérebro passou a usar essa ferramenta para, de vez em quando, nos pregar uma peça.

O frio na barriga e o suor excessivo antes de um grande acontecimento, talvez possam ser classificados como sinais de ansiedade. Porém, isso é normal para a maior parte das pessoas. Como eu disse, faz parte dos nossos instintos primitivos. O problema começa quando, mesmo sem motivo algum, os sintomas começam a bombardear o nosso corpo, nos incapacitando de realizar as tarefas mais básicas do dia a dia.

Ainda convivo com regularmente com esses episódios de extrema ansiedade. Os pensamentos vão a mil, o corpo esquenta e a angústia me faz ter um constante mal-estar. Isso pode, eventualmente, durar algumas horas ou vários dias.

Há alguns anos, esses sentimentos me abateram tão fortemente, que quase cheguei ao ponto de desistir de tudo. Escola, amigos, família, nada podia me salvar das panes do meu sistema.

Depois de conhecer melhor o meu próprio corpo, e entender um pouco mais sobre a ansiedade, parte dessas crises foram embora. Claro, depois de algumas sessões de meditação, mindfullness e autoconhecimento. Na verdade, foi dessa forma que me afeiçoei ao mundo da psicologia comportamental, que hoje é uma das faculdades que cogito fazer.

Essas técnicas me ajudaram a entender os meus gatilhos e encontrar formas de desativá-los. No entanto, certas vezes ainda me vejo praticando comportamentos autodestrutivos, como por exemplo: auto cobrança; pensamentos negativos sobre mim mesma e sobre as outras pessoas; vergonha de ser eu mesma na frente de pessoas importantes; estar no modo automático, sem intervalo ou reflexão.

Todas essas são formas de me desligar dos meus propósitos, de mergulhar mais fundo nos problemas. Geralmente acabo tento alguma crise depois repetir esses comportamentos por algum tempo.

Para mim, me livrar da ansiedade significa me manter no eixo dos meus sonhos e objetivos, e estar constantemente lembrando a mim mesma que eu tenho todo o tempo necessário para realiza-los, e que tudo que venha acontecer para me impedir de concretizá-los, é apenas uma forma de me deixar mais forte para continuar a caminhada.

Conviver com ansiedade não é fácil. Em um momento ela não representa nada em sua vida, no outro você está tão mergulhado no transtorno que mal pode se reconhecer. Por isso, me auto afirmar positivamente foi tão importante. Um simples “Você pode superar isso!” vindo de você mesmo, com honestidade e amor, pode te salvar de dias enfornado no seu quarto, ignorando tudo a sua volta e obcecado com alguma coisa, ou com constantes crises de pânico.

Não é nada fácil superar a ansiedade ou qualquer outro transtorno parecido, mas é preciso acreditar que é possível, e encontrar uma forma de se desviar dos gatilhos, e quando necessário, saber procurar ajuda.

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